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Monday, February 04, 2008

Sindrome de principe encantado


O Nelson Rodrigues dizia (citar o Nelson Rodrigues em minha crônica me faz ser um pseudo-intelectual total) que: “Na mais degradada das mulheres sobrevive algo de intacto, intangível, eterno. Esse mínimo de inocência sempre a salva.”. Há nessa frase uma verdade universal, que explica a burrice do homem apaixonado diante da mulher amada, por mais piranhesca que esta seja.
Ora! Se até na mais vil das bruxas malvadas existe um nano grama de Branca de Neve (pode me considerar uma besta, mas eu creio nisso). Qualquer homem diante de qualquer mulher se torna inexoravelmente imbuído de uma aguda síndrome de príncipe encantado. O homem tem o dever de resgatar na mulher indigna a faísca de honestidade que lhe resta e transformá-la em uma labareda própria de São João, ou Santo Antonio, um santo mais afeito aos assuntos das mulheres honestas.
Ocorre que apesar de ter sua centelha de Branca de Neve, a bruxa é, nada mais nada menos, que a bruxa. Despontamos por de trás das arvores com nosso digno cavalo branco, descemos dele com a decisão de um príncipe de conto, ajeitamos a capa, nos inclinamos e desferimos o beijo definitivo em nossa princesa encantada. O que se segue é o obvio ululante (eu de novo com Nelson Rodrigues. Internem-me, por favor!). A mulher beijada levanta-se do seu leito de sono eterno, te olha, abre o sorriso mais lindo de todo o mercado comum dos reinos encantados e te diz com a voz mais doce que já existiu:
- Eu não te amo.
Nesse momento o homem se toma de uma consciência estarrecedora. Ele olha para trás e vê que seu empafioso cavalo branco se trata na verdade de um patinete. E que ele, outrora aspirante a príncipe, não passa de ser o nono anão do conto de fadas, aquele anão que fica sentado no banco de reservas esperando uma oportunidade de cobrir a folga dominical de um dos sete baixinhos oficiais. Diante de tal humilhação juramos: - Nunca mais a bruxa má! Nunca mais!
A jura dura o tempo de uma ressaca. Batemos os olhos em outra mulher, certamente imprópria, e nos lembramos que “Na mais degradada das mulheres sobrevive algo de intacto, intangível, eterno. Esse mínimo de inocência sempre a salva.” E lá vamos nós em nosso cavalo branco, felizes, ignorando que o caminho de volta será traçado, sem sombra de duvida, de patinete.

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